12 de dezembro de 2018

[Resenha de livro] Dois a Dois de Nicholas Sparks

Dois a Dois
de Nicholas Sparks
❤❤❤❤❤

Com uma carreira bem-sucedida, uma linda esposa e uma adorável filha de 6 anos, Russell Green tem uma vida de dar inveja. Ele está tão certo de que essa paz reinará para sempre que não percebe quando a situação começa a sair dos trilhos. Em questão de meses, Russ perde o emprego e a confiança da esposa, que se afasta dele e se vê obrigada a voltar a trabalhar. Precisando lutar para se adaptar a uma nova realidade, ele se desdobra para cuidar da filhinha, London, e começa a reinventar a vida profissional e afetiva – e a se abrir para antigas e novas emoções. Lançando-se nesse universo desconhecido, Russ embarca com London numa jornada ao mesmo tempo assustadora e gratificante, que testará suas habilidades e seu equilíbrio emocional além do que ele poderia ter imaginado. Em Dois a dois, Nicholas Sparks conta a história de um homem que precisa se redescobrir e buscar qualidades que nem desconfiava possuir para lutar pelo que é mais importante na vida: aqueles que amamos.

E cá estou eu com outro livro de Nicholas Sparks. Sempre que leio um livro desse autor, tenho vontade de ler outro, pois sei que vai me emocionar de alguma forma. Dois a Dois não foi diferente, pois o livro me tocou profundamente. Perto do final, fiquei tentando absorver tudo o que eu tinha lido, refletindo sobre todos os acontecimentos que tinham passado no livro. Afinal, embora seja uma história fictícia, infelizmente muito o que está no livro são coisas que acontecem na vida real, e não pude de deixar de pensar nas famílias que passam por essas coisas.

A história gira em torno de Russel, Vivian e London. Podemos dizer que eles são uma família padrão: Russel tem um emprego estável e faz tudo o que está ao seu alcance para fazer a sua mulher, Vivian, feliz, sendo isto demonstrado através de jantares, auxilando na limpeza de casa, compras, tentando não discutir, enfim, ele tenta desempenhar o seu papel na família da maneira mais exemplar possível. Eles têm uma filha chamada London, que acaba ficando a maior parte do tempo com a mãe, já que o pai está sempre ocupado com o trabalho, a ponto dele nem ao menos saber ao certo sobre a rotina da filha.

Porém, tudo começa a mudar quando o chefe de Russel começa a dar indícios que pretende demiti-lo. Já sabendo que isso não poderia ser adiado, ele fala com a sua mulher, dizendo que irá abrir um negócio próprio. A mulher é totalmente contra, mas acaba cedendo quando ele diz que o padrão de vida que eles levam não irá mudar. 

Nesse período que Russel está abrindo e estabelecendo o seu negócio, embora a mulher esteja desfruindo da mesma vida que antigamente - comprando o que bem entende e não apenas o essencial -, ela decide que está na hora de arranjar um emprego, pois concluiu que alguém tinha que sustentar a casa já que as economias não duram para sempre.

Uma vez que Vivian arranja um emprego, ela acaba tendo de viajar diversas vezes, deixando a cargo de Russel cuidar da pequena London, que fica completamente perdido, pois nunca tinha cuidado sozinho de sua filha. 

Embora o livro seja bom, ele não me envolveu totalmente, especialmente por conta da personalidade dos personagens. Russel é o típico cara que não toma atitudes, sempre "escapando" ou pedindo conselhos quando tem que tomar uma atitude. Isso fica explicito no seu relacionamento com Vivian,  pois mesmo a esposa o tratando mega mal, em nenhum momento ele pensou em perguntar a ela o que estava acontecendo e tentar resolver o problema. Ele apenas continuou tomando as mesmas atitudes e pensando "isso vai passar". Vivian, por outro lado, é uma mulher de personalidade forte e difícil, que se incomoda com essa falta de atitude de Russel, diversas vezes reclamando e fazendo desaforos sobre absolutamente tudo. Poucos são os diálogos que ela não reclama, sendo estes quase sempre direcionados a filha (e olha lá!). Felizmente, para quebrar esse clima, temos London, uma garotinha muito fofa, que fez meu coração derreter. Mesmo com todos os problemas acontecendo, achei legal que os pais não os deixaram transparecer para a crianção, afinal, ela não tem culpa de nada do que está acontecendo.

O desenvolvimento da história é bastante lento (o livro tem cerca de 500 páginas!), mas achei que foi bom, especialmente porque deu para aprofundar muito bem o desenvolvimento do relacionamento entre entre pai e filha. Se antes eles eram praticamente desconhecidos (afinal, ele só trabalhava e passava pouco tempo com ela), conforme ele vai fazendo parte da sua rotina diária, ele percebe o quão incrível é ser pai! Russel começa a dar apoio à filha, conhecer os seus professores, seus gostos, seus amigos e começou a ver aquilo tudo não apenas como uma obrigação, mas algo que ele gostaria para sempre estar fazendo! 

Na verdade, no começo achei que o livro era mais voltada a essa questão - relacionamento entre pais e filhos - mas, na segunda parte do livro, assim digamos, a família de Russel é o foco principal e essa parte me deixou confusa. Os personagens de sua família são legais e carismáticos - especialmente Marge e Liz, que são sua irmã e cunhada, respectivamente - mas achei muito "bruta" a forma de como as situações no livro mudaram e isso me deixou em dúvida sobre qual o real foco do livro. Ao mesmo tempo que o livro é voltado ao redescobrimento dele como pai, do nada isso tudo muda para ser focado em seu novo romance e um acontecimento de família. Embora o livro atinja o seu objetivo - mostrar o redescobrimento de Russel -, tudo acontece de uma maneira muito padronizada, muito clichê, me fazendo pensar... por que apenas não ter um foco principal ao invés de vários?

De maneira geral, esse não foi o melhor livro de Nicholas Sparks, não diria que ele é bom, mas também não diria que é ruim. O livro traz boas reflexões, embora seja confuso quanto a sua proposta central. Achei os diálogos entre os personagens fracos e padrões - o modo de conduzir a conversa nesse caso - e alguns acontecimentos são dedutivos, embora o comportamento dos personagem diante disto não. Mesmo assim, a escrita é bem desenvolvida - você lê 100 páginas em um dia sem perceber - e a cada acontecimento, você sofre/vibra com os personagens. Não chorei com esse livro, mas os acontecimentos me marcaram e me fizeram pensar sobre como a vida passa rápido, e temos que aproveitar cada momento. Sendo assim, acho que indico  o livro especialmente para quem quer gosta de livros bem vida real, pois ele conta com os mais diversos acontecimentos que acontecem em uma família e como lidar com eles (ou como não lidar).

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